Reflexões sobre Perturbações do Comportamento e do Humor
12 março/Módulo 3: Comportamentos de Oposição e Desafio (9h - 16h)
As crianças e os jovens com problemas de comportamento colocam grandes desafios no seu ajustamento pessoal, familiar, escolar e social. Na ausência de uma identificação e intervenção precoces, poderão desenvolver-se problemas de conduta mais complexos, com consequências potencialmente graves ao nível de comportamentos de risco, retenções escolares, abandono escolar precoce, situações familiares disruptivas, perturbações emocionais, entre outras. Os desafios que se colocam à intervenção clínica e educacional são extraordinários e requerem conhecimento técnico especializado.
Objetivos gerais
1. Caracterização dos diagnósticos associados aos comportamentos de oposição e desafio
2. Enquadramento teórico sobre os modelos de compreensão dos comportamentos de oposição e desafio
3. Avaliação dos comportamentos de oposição e desafio
4. Intervenção clínica em crianças e adolescentes com comportamentos de oposição e desafio
Objetivos específicos
1.
1.1. Analisar os problemas de comportamento na sociedade atual;
1.2. Identificar os desafios comportamentais típicos de um desenvolvimento normativo;
1.3. Analisar os sistemas de classificação da Perturbação de Oposição e Desafio, do DSM-IV ao DSM- V
2.
2.1. Discutir o modelo de abordagem colaborativa de Ross Green;
2.2. Integrar os modelos de funções executivas de Tomas Brown e Russel Barkley na compreensão dos comportamentos de oposição e desafio;
2.3 Enquadrar este tipo de comportamento como um traço comportamental presente no perfil de funcionamento da criança e do adolescente.
3.
3.1. Identificar um comportamento-alvo específico, observável e mensurável;
3.2. Explorar fatores predisponentes, de precipitação e manutenção dos comportamentos problema;
3.3. Enquadrar os comportamentos problema no perfil de funcionamento da criança e na sua relação com outros aspetos psicopatológicos e normativos;
3.4. Explorar a importância das escalas e questionários de avaliação para compreensão do caso clinico, apresentando algumas escalas existentes;
3.5. Explorar do modelo de entrevista clinica semi-diretivo como ferramenta primordial na avaliação de problemas de comportamento;
3.6. Estabelecer no perfil sintomático, situações clinicas comórbidas aos problemas de comportamento;
3.7. Compreender a ligação entre o diagnóstico estabelecido e as interações próprias do perfil de funcionamento que suportarão a intervenção terapêutica.
4.
4.1. Interpretar com base na avaliação clinica qual a abordagem terapêutica mais ajustada ao caso clinico;
4.2. Desenvolver a capacidade de escolher os comportamentos a modificar de modo a que sejam prioritários e possíveis;
4.3. Transformar os comportamentos problema em objetivos terapêuticos a atingir;
4.4. Definir os objetivos de intervenção de forma integrada com os sintomas comórbidos do caso clinico;
4.5. Abordar o desenvolvimento de uma abordagem terapêutica integrada, com estratégias que se possam englobar o ajustamento pessoal nos mais importantes contextos de vida, nomeadamente casa e escola;
4.6. Desenvolver a temática da comunicação e intervenção terapêutica junto da família;
4.7. Desenvolver a temática da comunicação e trabalho conjunto com a escola;
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Daniela Nascimento
Bruno Santo
Psicólogo Clínico
Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação

